Super Homem, Homem Planeta ou Barack Obama?

"Super Obama"

É inevitável não falar sobre a histórica eleição do novo presidente dos Estados Unidos, Mr. Barack Hussein (sim, Hussein) Obama.

O primeiro negro a ocupar a cadeira de Presidente da nação mais poderosa do mundo ganhou as eleições após conquistar a preferência de um país que possui uma história marcada pelo ódio e conflitos raciais. Analisando bem a situação, a quatro anos atrás poucas pessoas imaginavam que isto pudesse acontecer, já que estes eleitores decidiram em 2004 dar continuidade ao que foi chamado de Era Bush (e do governo Republicano), um dos presidentes que mais despertou antipatias e críticas ao redor do mundo. Com razão, convenhamos.

Mas Barack Obama não ganhou apenas a simpatia dos eleitores americanos, e sim do mundo inteiro. O americano de 46 anos, nascido no Havaí, filho de um queniano negro e uma americana branca, e que morou durante muitos anos na Indonésia, representa o multiculuralismo na cena política americana. Talvez por isso, ganhou ao longo de sua trajetória de campanha a atenção de milhares de pessoas através dos meridianos, que se manifestaram a favor de Obama e também comemoraram sua vitória.

Por aqui não foi diferente, já que "o Brasil é a segunda nação negra depois da Nigéria", como disse o Presidente Lula ao congratular publicamente o novo presidente dos EUA. Mesmo que, para muitos economistas, a vitória do candidato republicano e ex-combatente de guerra John McCain seria melhor para a economia brasileira, pois este se manifestou durante sua campanha que era a favor do fim da tarifa sobre o nosso etanol.

Bom, com toda essa imagem de "salvador da pátria" e de "bom vizinho", Obama venceu as eleições. Resta agora saber se conseguirá corresponder às enormes expectativas que os Estados Unidos e todo o mundo depositam sobre ele após as promessas de recuperar a economia e o compromisso de mudanças na maneira de fazer política, inclusive às que dizem respeito ao meio-ambiente.

Obama buscou durante sua campanha expôr sua preocupação em mudar a imagem dos Estados Unidos frente ao aquecimento global e demais questões ambientais (e também disse que pretende reduzir a dependência americana do petróleo importado!). Em seu plano de energia, buscou associar sustentabilidade com geração de empregos, dizendo que investiria mais de 100 bilhões de dólares no aproveitamento racional de energia, em uma economia que geraria cinco milhões de novos empregos. Também sugere como metas:

* Em um ano, toda a frota da Casa Branca será convertida em carros elétricos;

* Destinar US$ 4 bilhões como incetivo às montadoras que fabricarem carros híbridos;

* Gerar crédito fiscal de US$ 7 mil para quem comprar veículos movidos à energias alternativas;

* Colocar um milhão de veículos híbridos nas ruas até 2015;

* Até 2012, 10% da energia consumida nos Estados Unidos virá de fontes renováveis;

* Políticas que reduzirão em até 80% a emissão de gases nocivos à atmosfera até 2050;

* Tornar o país um líder na busca por soluções para as mudanças climáticas.

Porém, não se pode deixar de pensar que Barack assume para defender os interesses econômicos e os processos produtivos dos EUA. Voltemos então para a questão do petróleo, aonde ele pretende, como citado anteriormente, buscar a menor dependência americana em relação ao fóssil estrangeiro. Uma das vias de fato para isto citadas pelo novo presidente é o investimento na exploração de petróleo e gás natural em Montana e Dakota do Norte...e a construção de UM GASODUTO NO ALASCA, que além de região simbólica para os ecologistas, abriga uma quantidade rica de fauna e flora (terreste e marinha) e continua sendo um dos territórios mais selvagens do planeta.

Apesar disso parecer ser um pouco absurdo, podemos também olhar para o outro lado da moeda, balanceando esta análise. A vice-presidente de John McCain, Sarah Pailin, carinhosamente apelidada pela imprensa de "vice do barulho", recente personagem principal em manchetes cobertas de relatos de desvio de conduta é também a atual governadora do estado do Alasca.

Sarah , em sua carreira política, não só demonstrou ser contra algumas questões que Barack Obama se mostrou favorável, como o aborto e o casamento gay, como também despertou a fúria dos ecologistas (e demais pessoas de bom senso) ao:

* Defender que o homem não influencia nas mudanças climáticas;

* Se opor a considerar o urso polar uma espécie protegida;

* Afirmar ser a favor da exploração de petróleo em uma enorme reserva protegida do Alasca.

Enfim...ao meu ver, parece que a ex candidata à vice-presidência dos EUA não teria posturas muito diferentes das que o atual presidente (já que Obama só assume no começo do ano que vêm) possui. Só me pergunto se ela também consegue ler livros de cabeça pra baixo.

Finalizando, McCain chegou à mencionar durante um de seus comícios que "o outro candidato" não conseguiria cumprir nem metade de suas promessas. Talvez ele esteja até certo. Realmente, são muitas promessas, muitas propostas e à partir de agora, muita pressão e muita esperança que o mundo todo deposita em um carismático "homem de família". Mas se ele pelo menos conseguir não repetir metade dos atos, do radicalismo e do desprezo com a questão ambiental que marcaram a era do "pequeno Bush", ja será uma grande mudança. E neste planeta, de mudanças, nós precisamos.

"Será terrível para os EUA se o democrata Barack Obama não vencer a eleição para a Presidência após oito anos catastróficos, incompetentes e desonestos de George Bush"

Woddy Allen

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